SEJAM BEM VINDOS

"Este é um trabalho desenvolvido por toda a equipe escolar e tem por finalidade mostrar ao público que nos acessam as nossas propostas junto a Educação Infantil."


EMEI PROFª MARIA HELENA C. GUSMÃO


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Formação do dia 06/05/2011

 Processos Inclusivos na Educação Infantil



Escola Inclusiva


    Princípio ético da escola para todos:
    Uma escola é inclusiva quando se prepara para atender à diversidade que toda a criança traz consigo, e não para atender apenas crianças com NEE’s.


A escola aprende:

    Organizar-se em um Projeto Institucional –PPP-

Para pensar:
Currículo, tempos, espaços e relação com a comunidade...

Pautado por:
Diálogo, criatividade, fluidez dos tempos e espaços, avaliação permanente, reflexão permanente das expectativas de todos os envolvidos no processo educativo.
Visão de multiplicidade e singularidade dos sujeitos.
Prática interdisciplinar em interface com educadores especiais, profissionais da saúde e assistência


É preciso refletir sobre:

Como nós, adultos, aprendemos?

Como vivemos nossa infância e o que foi significativo para nós, quais aprendizagens nos davam prazer e como nos lembramos dos tempos e espaços que experimentávamos na infância.

Buscar responder-se cotidianamente as questões:
Para quem?
Para quê?
Como?
estamos fazendo a educação das crianças, de todas as crianças.

Quanto mais múltiplo e menos compartimentado for o currículo, mais temos condições de avaliar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças.

É uma ilusão pensarmos em uma preparação a priori para trabalhar com uma criança em específico e sua específica necessidade especial.
Não há, para nenhuma criança, uma preparação para conhecer de antemão como ela é.
Conhecer dá-se na relação.

As crianças com NEE’s são muito mais que suas síndromes, este é o primeiro grande aprendizado que elas nos oferecem.

Todas as crianças necessitam de uma educação.

         “ Aprender, participar da vida social da escola, brincar com seus colegas, atender aos pedidos dos professores, são demandas com as quais todas as crianças se defrontam.”(Meira, p 43)

É através da educação que as crianças se inserem em uma rede social e são reconhecidas como parte desta rede.

A entrada das crianças na escola lhes insere em outro espaço social. Em geral neste momento a criança reposiciona-se quanto as demandas do social e reorganiza seu lugar. Já não está mais apenas em uma rede familiar. Para as crianças com NEE’s este é um momento crucial, é a oportunidade de ser vista e demandada a ocupar um lugar de aprendente, para além da dinâmica familiar.

Em nome deste desejo do outro (colegas, educadores, comunidade escolar) é que as crianças tem em geral um
“salto” no desenvolvimento
quando ingressam na escola..

“Quanto mais as crianças interatuam com pares convencionais, maiores experiências de vida possuem.”
(Paez, p 38)

Novamente...

Quais são as aprendizagens significativas para esta criança, olhada em sua singularidade?

         Esta deve ser a pergunta que o educador se faz em relação a todos os seus alunos.

A família aprende:
Em geral a família traz um lugar para esta criança já marcado pela impossibilidade. A criança traz a marca da deficiência, do diagnóstico, dos prognósticos médicos. Seu filho costuma estar significado socialmente como paciente de pediatras, neurologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, etc..

Com o ingresso na escola passa a ocupar o lugar de aluno, de alguém que deseja e pode aprender.

Nem sempre é fácil para a família lidar com uma outra imagem de seu filho.
Por isso, é muito importante que as crianças cheguem cedo à escola, quando ainda não está cristalizada para a família a imagem e o lugar de filho deficiente.

Muitas vezes é a escola que vai trabalhar com a família as potencialidades e o estímulo para que seu filho seja mais autônomo e consiga manifestar seus desejos de criança.
A família só responderá a esta intervenção se estiver confiando na escola. Isso é uma conquista, e é mútua.
A escola também precisa confiar que a família faz o melhor que pode, segundo o que entende que seja amar e proteger a criança.
As crianças aprendem:

Em uma educação com princípios inclusivos todas as crianças aprendem:

Do ponto de vista do desenvolvimento do pensamento, pois recebem os mais diversos estímulos de seus pares quando convocados a jogos e brincadeiras.
Do ponto de vista moral, quando compartilham suas demandas sociais: cooperação, diálogo, resolução de conflitos, autonomia na organização dos tempos e espaços.
Do ponto de vista subjetivo: na relação cotidiana com os colegas e suas diferenças culturais, religiosas, étnicas, e na forma como cada uma subjetiva-se na relação social.

QUESTÕES:
O que significa a experiência de escola infantil para crianças com necessidades especiais nos primeiros anos de vida?

A escola supre nas crianças suas necessidades do ponto de vista relacional, que são idênticas as de seu grupo. O fato de uma criança apresentar uma NEE não significa que ela precise de coisas diferentes para sua construção pessoal e social.

Escola infantil é lugar...
       De brincar, de socializar, de desenvolver autonomia, de expressar-se, de desenvolver sua singularidade, de experimentar o pensamento...
entre outras coisas.
        O que é fundamental para a educação de todas as crianças.

Qual o significado da inserção de um filho com necessidade especial na escola infantil para a família?

O Significado para os pais, diante do filho em meio às outras crianças, tem o valor de redimensionar as expectativas, recriando neles a imagem do filho crescendo e se desenvolvendo, onde um futuro seja viável de ser pensado.

Outro ponto é o “descolamento” da criança de sua mãe.
 A mãe de crianças com NEE’s tende a ficar colada no filho mais além do necessário, dificultando sua autonomia.
 A escola é um mediador neste processo, mostrando uma outra imagem do filho e estimulando a confiança da mãe em relação ao seu crescimento .

O que significa a experiência para os colegas do grupo?

O desenvolvimento da tolerância em admitir a diferença no outro é um dado de saúde mental, indicativo de flexibilidade e solidez psíquicas. A idéia de afastar as crianças sem NEE’s do convívio com os que são diferentes tem um efeito completamente inverso ao que se poderia imaginar.

Muitos pais se preocupam em mostrar um mundo “perfeito” para seus filhos, como se não existisse sofrimento, diferenças marcantes no plano social e econômico, como se o mundo fosse feito a sua imagem e semelhança.

Esta idéia cria, entre outras coisas, uma expectativa de perfeição que, seguramente, dificulta a vida dessas crianças consigo mesmas, e, principalmente, no confronto delas com a realidade externa.

Por que não encaminhar as crianças com NEE’s para escolarização em escolas especiais?

A aproximação com outras crianças a ajudará a buscar identificações que lhe devolvam imagens de saúde, permitindo a resolução de seu egocentrismo, na regulação de seu ritmo interno a partir do ritmo do outro, que atrai estimula e lhe serve de modelo.

As demais crianças reconhecem as diferenças do colega, e também vão aprendendo a interagir com ele da forma mais viável segundo a sua individualidade.
 Crianças mentalmente saudáveis não desenvolvem imagens a partir da deficiência, preservam-se através da negação, o que viabiliza as aproximações e preserva sua auto-imagem.

Não se indica a entrada precoce em escolas especiais, pois neste momento as crianças estão construindo sua organização emocional, e uma idéia de si mesmas. O encaminhamento precoce também favorece o encerramento prematuro das estruturas da criança, com empobrecimento intelectual e psíquico.


Aos educadores:

É na subjetividade que se encontra o desejo de aprender e ensinar.

                                               Profª  Ana Cristina Brum da Silva




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